sexta-feira, 29 de junho de 2012

"Escravos do Amor" de Kate Pearce [Opinião]


Antes de mais, devo dizer que estou muito surpreendida com este género literário que tenho vindo a descobrir recentemente: os romances sensuais.

Este foi o segundo que li e é o 1º volume da série Casa do Prazer, da autoria de Kate Pearce.

Nele conhecemos Lorde Valentin, que viveu dez anos como escravo sexual num bordel turco, deixando-o com um insaciável apetite sexual. Agora que deseja casar, tem dúvidas de que conseguirá encontrar uma mulher capaz de satisfazer os seus luxuriosos desejos.
Mas essa mulher surge na pele de Sara Harrison que, ao invés de se escandalizar com os avanços deste homem sensual, descobre que deseja as suas carícias, bem como ser educada na arte da sensualidade.

É um livro com uma escrita bastante apelativa e que se lê muito bem; sempre que terminava um capítulo, dava comigo com vontade de ler mais e mais.
É um romance que, tal como a contracapa indica, apresenta imensas cenas de cariz sexual explícitas. No entanto, o livro apresenta muitos outros ingredientes que o enriqueceram, como intrigas, traições, segredos e traumas no passado das personagens. Em suma, a história foi mais ou menos bem desenvolvida, embora com algumas pontas soltas; gostava, por exemplo, de ter percebido melhor o que se passou no bordel turco, mas talvez sejam revelados mais pormenores nos seguintes livros da série (fui espreitar as sinopses e o segundo livro aborda a história de Peter).

A nível sexual, foi abordado o tema das fantasias e confesso que achei muito curiosa a Casa do Prazer da Madame Helene e as suas diferentes salas (a propósito, o terceiro livro da série é sobre a Madame Helene).

Este é realmente um livro que não agradará a todos. Se procuram uma história de amor arrebatadora ou cenas sexuais com recurso às emoções, então esta não é uma boa escolha.

Creio, no entanto, que os fãs de romances sensuais (como eu já me estou a tornar) não ficarão nada desiludidos.
Gostei imenso e vou certamente continuar a acompanhar esta série.

Classificação: 4/5 estrelas

quarta-feira, 27 de junho de 2012

"A Prisão do Silêncio" de Torey Hayden [Opinião]


Este foi o segundo livro que li da Torey Hayden, uma escritora que me tem cativado imenso com as suas experiências enquanto técnica de educação especial.

Habituada a cuidar de crianças problemáticas, desta vez Torey vai contar-nos a história de um jovem de 15 anos, o Kevin, que não fala a passa todo o tempo barricado debaixo de uma mesa. Rapidamente, Torey se apercebe de que este jovem sente um pânico imenso do mundo exterior e tem passado muitos anos fechado numa instituição, num mutismo voluntário. Foi muitas vezes considerado um caso perdido e a própria Hayden, durante as intervenções que fez com ele, compreendeu que só um milagre o faria ultrapassar os muros que ele construíra à sua volta.

Ao longo da narrativa, Torey dá-nos a conhecer todas as tentativas que fez para que este jovem voltasse a falar e para que, aos poucos, começasse a ultrapassar os seus medos. Mas o verdadeiro problema de Kevin está na sua infância, marcada por uma história de violência e abandono, bem como por um segredo tenebroso que Torey, mais tarde, descobre.

Mais uma vez, Torey Hayden comove-nos com a história de um jovem abandonado, deixando-nos entre um misto de sentimentos. Por um lado, a curiosidade de compreender toda a história deste jovem e, por outro, a repulsa e a indignação para com os familiares que o maltrataram. E é com um carinho especial que vemos este jovem, aos poucos, a perder os seus medos, a ganhar confiança em si próprio e a lutar para recomeçar uma vida mais feliz.

Classificação: 4/5 estrelas

terça-feira, 26 de junho de 2012

"A Máscara do Desejo" de Sheri Whitefeather [Opinião]


Este foi o meu primeiro contacto com o género literário de romance sensual e, portanto, com a autora.

Neste livro vamos conhecendo duas histórias em paralelo. A primeira passa-se nos tempos atuais e é sobre Amber Pontiero, uma mulher que, não querendo envolver-se emocionalmente numa relação monogâmica, aceita um ménage a trois com Luke e Jay. Entretanto, contrariamente à sua vontade, começa a apaixonar-se por um dos amantes.
A segunda história passa-se um século antes, na Escócia, e é sobre Lady Ellen, prestes a casar-se com o duque Auburn, que pretende apenas ter um herdeiro. Numa festa vai conhecer Curtis Wells, um misterioso armeiro americano, por quem se sente imediatamente atraída.

A partir daqui vamos percebendo como todas estas personagens estão interligadas, numa narrativa fluida, repleta de cenas de cariz sexual e que se lê muito facilmente.
Confesso que gostei muito mais da segunda história, por se tratar de um amor proibido e de saber, logo desde o início, como ele ia terminar. Não achei tanta piada à história de Amber, talvez porque não consegui empatizar com as personagens.

Este é um livro que só agradará aos amantes do romance sensual, dado que tem personagens bastante superficiais e uma história pouco elaborada. É um livro cujo principal objetivo é mexer com os nossos sentidos e não tanto comover-nos ou fazer-nos refletir.

Gostei bastante desta minha primeira experiência e quero continuar a ler este género, pois tenho esperança de ainda ser surpreendida.

Classificação: 3.5/5 estrelas

segunda-feira, 25 de junho de 2012

"Morte no Bosque" de Harlan Coben [Opinião]


Estreei-me na obra de Harlan Coben com o livro “Desaparecido para Sempre” e gostei imediatamente do estilo do autor. Assim, escolhi um novo livro dele, sem qualquer receio, pois sabia que iria embrenhar-me numa história fluida, bem contada e cheia de mistérios.

Há vinte anos, quatro jovens desapareceram no bosque circundante de um acampamento de verão. Dois deles apareceram mortos na manhã seguinte e os outros dois não voltaram a ser vistos. Foi este acontecimento que mudou irremediavelmente a vida do nosso protagonista, Paul Copeland, por um lado, porque ele era o responsável pelo acampamento naquela noite e, por outro lado, porque um dos dois jovens que não voltaram a ser vistos era a sua irmã Camille.

Quando aparece um cadáver recentemente assassinado, tudo aponta para que ele seja o outro jovem desaparecido. Assim, Paul sente renascer a esperança de que a sua irmã possa ainda estar viva e dá início a uma investigação para descobrir o que realmente aconteceu naquela noite.

É aqui que o mistério se adensa e começam a surgir inimigos dispostos a desenterrar os segredos do seu passado. Pista após pista, Paul vai descobrindo que este caso é mais complexo e mais terrível do que ele imaginava.

Harlan Coben conquistou-me mais uma vez com a sua escrita. A história é complexa mas o autor consegue contá-la de forma simples, sem floreados desnecessários. Ficamos facilmente rendidos desde o primeiro capítulo e só temos vontade de ler mais e mais, para descobrir o que acontece a seguir. Não escolham este livro se só pretenderem ler uns bocadinhos à noite (como eu fiz) pois a vontade de o ler num ápice irá dominar-vos.
É um policial leve, na medida em que não tem muitas cenas sangrentas nem chocantes; o que sobressai mesmo nesta leitura é o mistério.
Recomendo e irei continuar a ler este autor!

Classificação: 4/5 estrelas

domingo, 24 de junho de 2012

"Amar em Francês" de Ellen Sussman [Opinião]


Este livro fez-me companhia durante duas semanas, mas é um daqueles livros que se lê facilmente numa tarde, de tão agradável que é.

Um dia na cidade do amor vai mesmo alterar a vida de três pessoas. Ao longo desta leitura, vamos envolver-nos e conhecer a história de três personagens – Josie, Riley e Jeremy – que viajam para Paris por diferentes razões. À medida que passeiam e se aventuram pelas ruas da cidade, acompanhados pelos seus professores de francês, vão conhecendo, não só a língua e a cultura do país, como também alguns segredos e verdades acerca do seu próprio passado.

Este livro agradou-me por ter uma escrita muito fresca, simples e por abordar de forma bem-humorada mesmo as situações mais dolorosas da vida destas personagens. Uma leitura que quase nos permite sentir os aromas da cidade de Paris e que nos convida a pensar sobre o amor, a amizade e a saudade. Gostei mesmo muito e recomendo!

Classificação: 5/5 estrelas

sábado, 23 de junho de 2012

"O Feitiço da Lua" de Sarah Addison Allen [Opinião]


Neste romance mágico de Sarah Addison Allen, conhecemos Emily, uma jovem que se muda para Mullaby, esperando resolver alguns dos mistérios que envolvem a vida da mãe. Mas rapidamente se apercebe de que esta é uma cidade especial, rodeada de magia e onde os mistérios fazem parte do quotidiano.

Ao mesmo tempo, vamos acompanhando a história de Julia, vizinha de Emily, uma cozinheira que confeciona bolos, acreditando que assim conseguirá recuperar um amor perdido.

Este foi o primeiro romance da autora que tive oportunidade de ler e fiquei surpreendida pela originalidade e simplicidade com que ela escreve. Nele encontramos mistérios que atraem a nossa curiosidade e nos pressionam a ler página atrás de página; e muita magia e doçura que nos permite sonhar, sorrir e desfrutar de uma leitura envolvente.

Acho que a história da Julia foi muito mais desenvolvida do que a da Emily; por um lado foi bom pois comovi-me imenso com a sua vida tão cheia de sofrimento e esperança; por outro lado, sinto que fiquei a conhecer mal Emily e os acontecimentos que a levaram ali, o que é pena dado que ela era a personagem principal.

Depois há ainda o final que ficou totalmente em aberto e nem sempre aprecio este tipo de finais. Gostava mesmo que houvesse uma continuação deste livro, onde pudéssemos conhecer melhor os mistérios de Mullaby.

Em suma, gostei mas não adorei. No entanto, sinto curiosidade em procurar outros romances da autora, assim que tiver oportunidade.

Classificação: 3/5 estrelas

sexta-feira, 22 de junho de 2012

"A Valsa Inacabada" de Catherine Clément [Opinião]


Depois de ter lido e gostado tanto do livro “Dez Mil Guitarras”, decidi pesquisar outros romances da mesma autora; a escolha caiu sobre este que me chamou logo a atenção pela sinopse e por se tratar da história de um amor proibido.

Logo no primeiro capítulo, são-nos apresentadas duas personagens que se preparam para o Grande Baile de Máscaras de Viena, em 1874, ela ajudada pela sua dama de companhia, e ele pela mãe. Ela levava um dominó amarelo e uma máscara negra e ele, nada de particular. Ela era Elisabeth, Imperatriz da Áustria e ele, Franz Taschnik, redator da Corte no Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Conheceram-se no baile e, ao longo da noite, dançaram três valsas, ele beijara-a e ela acabara por fugir, sem nunca deixar cair a máscara e revelar a sua identidade. Franz não chegou, assim, a descobrir quem era aquela bela mulher vestida com um dominó amarelo.

Após esta primeira parte, o livro permite-nos acompanhar a vida destes dois personagens. Vamos conhecendo o seu dia-a-dia, os seus amigos, as suas atividades, ao mesmo tempo que nos são dados a conhecer alguns aspetos históricos como a guerra da Bósnia, a sífilis que infestou Viena, os refugiados e os escândalos.
E, durante todo o tempo, Elisabeth e Franz correspondem-se e trocam poemas.

Só passados sessenta anos, em 1934, é que Franz soube a verdade acerca daquela mulher. Para este romance, Catherine Clément inspirou-se num episódio autêntico da vida da Imperatriz Elizabeth, nomeadamente o baile e o jovem que ela lá conheceu. Por seu lado, Franz, os seus amigos e a sua família são personagens imaginárias.

Para mim, não foi um dos romances históricos que mais me cativou. Achei-o sempre muito calmo e a própria narrativa não me prendeu muito. Acabou por ser bom para ler meia dúzia de páginas antes de adormecer, portanto a leitura prolongou-se por várias semanas.
No entanto, apesar de não me ter convencido totalmente, a história é muito bonita e não deixo de recomendar o livro aos fãs de romances históricos e com uma curiosidade especial pela Imperatriz Elizabeth.

Classificação: 3/5 estrelas

quinta-feira, 21 de junho de 2012

"O Fim da Aventura" de Graham Greene [Opinião]


Este livro andava perdido cá por casa, encontrei-o na estante do meu irmão. A sua edição original foi em 1951, há muito tempo! Como a sinopse me pareceu boa, resolvi aventurar-me nele.

Não é um livro muito fácil de classificar, mas resolvi dar-lhe 3.5 estrelas, embora merecesse mais.
No início, a história parece um pouco confusa e cheia de devaneios, mas rapidamente nos conseguimos adaptar à escrita do autor.
Maurice é a personagem principal e também o narrador da sua própria história. Corroído por um ciúme avassalador e uma dor obsessiva, dois anos depois de Sarah terminar a relação de ambos sem qualquer explicação, ele vai contratar um detetive para descobrir toda a verdade.
Graham Greene desenvolveu uma narrativa complexa e comovedora, repleta de pormenores que facilmente nos escapam e que, talvez só com uma releitura, poderão ser melhor assimilados. O autor mostra-nos todas as forças e fragilidades do amor, o quão profundo ele pode ser, bem como o egoísmo e o ciúme que provoca. Está muito presente ao longo da história a dicotomia amor-ódio, os extremos, a impossibilidade de amar sem também se odiar. O amor é direcionado ao próprio, ao outro e a Deus. A religião e a discussão acerca da existência de Deus têm também um papel importante no livro.
Em suma, é difícil transpor para palavras a enorme variedade de emoções que este romance despoleta em nós. Só lendo é que poderemos sentir a grandeza deste livro.
Gostei muito, sobretudo porque me fez refletir imenso.
Fiquei também curiosa por ver o filme mas, desde já, acredito que não estará tão rico como o livro.

Classificação: 3.5/5 estrelas

quarta-feira, 20 de junho de 2012

"A Rainha dos Gelados" de Anthony Capella [Opinião]

Esta foi a minha estreia com os romances de Anthony Capella e confesso que não fiquei nada desiludida, antes pelo contrário.

O romance inicia-se no ano de 1670, no palácio de Versalhes, onde o jovem Carlo Demirco começa a aprender a arte de fazer gelados. As suas técnicas cada vez mais aprimoradas trazem-lhe riqueza, os favores do rei Luís XIV e a admiração de todas as mulheres da corte.

Um dia conhece Louise, dama de companhia de Henrietta, irmã do rei de Inglaterra, e imediatamente se apaixona por esta bela dama francesa, que é a única que ele não consegue conquistar através dos seus gelados.

Pouco tempo depois, Henrietta morre, deixando Carlos de Inglaterra em grande sofrimento. Louise e Carlo são enviados para Londres, com a função de trazer de volta a alegria do rei, um através dos gelados e o outro da diplomacia. Mas o rei mostra-se logo disposto a seduzir Louise. Irá ela ceder aos seus encantos? E conseguirá Carlo competir com o rei pelo amor desta mulher?

Este livro, que nos conquista imediatamente através da capa (que é lindíssima!), oferece-nos uma leitura agradável, envolvente, viciante e tão irresistível como saborear um gelado. É uma ótima escolha para os dias mais solarengos! Adorei!

Classificação: 4/5 estrelas

terça-feira, 19 de junho de 2012

"Mil Noites de Paixão" de Madeline Hunter [Opinião]


Esta foi a minha estreia com a autora Madeline Hunter e posso desde já dizer que me agradou bastante o que li.

Neste romance, conhecemos Ian de Guilford – um cavaleiro sedutor, fogoso, ao qual nenhuma mulher consegue resistir e que recebeu a alcunha de Senhor das Mil Noites – e Lady Reyna – uma mulher virtuosa, pura, inteligente, corajosa e matreira, que prefere morrer a quebrar uma promessa ou um voto. Ambos pertencem a terras inimigas e Reyna vai conhecer Ian quando, ao fazer-se passar por cortesã, põe em prática um plano desesperado para salvar o seu povo. Mas rapidamente se apercebe de que subestimou o seu inimigo, que fica disposto a tudo para a subjugar à sua vontade. Irá Reyna ceder aos avanços deste sedutor homem?

Madeline Hunter criou duas personagens que, a princípio, parecem o cliché típico: a mulher virtuosa e o cavaleiro irresistível, que vão jogar ao gato e ao rato até um deles sucumbir ou desistir. Houve evolução das personagens ao longo da narrativa, mas algo bastante previsível que não me cativou tanto.

Porém, a autora conseguiu colocar a imprevisibilidade na história que construiu, repleta de guerras entre famílias, de luta pelas terras, de mentiras, segredos e traumas no passado das personagens, traições e mistérios que me prenderam ao longo de todo o livro. A cerca de 130 páginas do fim, o romance melhorou muito, pois começaram a surgir imensas reviravoltas e a ser revelados todos os segredos.
A tudo isto, juntam-se ainda as descrições sensuais e bem elaboradas de algumas cenas de amor, que tornam a leitura perigosamente deliciosa.

Senti-me bastante contente com esta leitura e tenho curiosidade em conhecer mais romances da autora. Quanto a este livro, recomendo a quem apreciar a mistura de romances históricos simples, com uma pitada de erotismo e sensualidade.

Classificação: 4/5 estrelas

segunda-feira, 18 de junho de 2012

"Dei-te o Melhor de Mim" de Nicholas Sparks [Opinião]


Recebi o novo livro do Nicholas Sparks no Natal e andei a lê-lo durante o mês de janeiro. Sinto tanto carinho por este autor que pego sempre no livro com uma enorme emoção e sabendo que vem ai uma boa história.

Estava muito curiosa relativamente a este romance porque o autor chegou a afirmar no facebook que este foi um grande desafio para ele e que foi o livro mais difícil de escrever, visto ser diferente de tudo aquilo que ele já escreveu.

Neste romance, Sparks apresenta-nos Amanda e Dawson, duas personagens que viveram a sua primeira paixão na adolescência e que foram separados devido às suas classes sociais. Ambos seguiram diferentes caminhos e refizeram as suas vidas, até que, 25 anos depois, são chamados para o funeral de Tuck, o único homem que sempre esteve do lado deles.

Achei enternecedora a forma como o autor, logo no primeiro capítulo, descreveu a história deles, enquanto adolescentes, e arrepiei-me no momento do reencontro, após todos aqueles anos. À medida que progredia na leitura, dava comigo a quase adivinhar o que se passaria a seguir e a formular, na minha mente, um possível final para que esta história de amor resultasse. Mas o autor conseguiu trocar-me as voltas e escreveu algo bem mais inesperado.

Este romance é especial pelas duas belas histórias de amor que nos dá a conhecer mas desconcertou-me pela sua grande carga dramática. Acho que não estava preparada para ler algo assim, mas já devia saber que, do Nicholas Sparks, se pode esperar tudo.
Em suma, mais um bom livro do meu romancista preferido.

Classificação: 4/5 estrelas

domingo, 17 de junho de 2012

"O Viajante Assassino" de John Connolly [Opinião]



Este foi o livro que me acompanhou durante as férias de Natal e que terminei de ler no último dia do ano. Fui lendo devagarinho, no início, pois a história nem sempre me cativou de forma igual. Começou com um segundo capítulo excelente, ficou calmo nos capítulos seguintes e voltou a surpreender umas 50 páginas depois. Seguidamente, a história foi decorrendo com normalidade, mas mantendo-se sempre interessante.
Houve muitas mortes que acabaram por estar todas entrelaçadas, houve tiroteios e muito suspense. Adorei as descrições macabras das cenas de crime, aliás, foi o que mais gostei neste livro, o carácter negro e perturbador das mortes.
O assassino só foi descoberto mesmo no final mas o confronto entre este e o personagem principal acabou por não ser tão aterrador como a sinopse do livro prometia.
Em suma, não foi dos policiais que mais me cativou. O livro está muito bem escrito, tem uma intriga quase poética, já se tornou um bestseller internacional, mas para mim não teve o efeito de leitura compulsiva que eu esperava.

Classificação: 3/5 estrelas

sábado, 16 de junho de 2012

"Calafrio" de Sandra Brown [Opinião]


Depois de ter lido tantas maravilhas acerca de Sandra Brown, sentia-me ansiosa por poder ler algo dela. Fiquei surpreendida ao saber que esta autora já escreveu mais de setenta romances, na sua maioria bestsellers.
Assim, ao pegar neste livro, e mesmo antes de ler a sinopse, já tinha as expectativas bem elevadas.

Na pacata cidade de Cleary, cinco mulheres desapareceram em dois anos e meio. Não há corpos, pistas ou suspeitos, só uma fita azul abandonada no local onde cada uma das mulheres foi vista pela última vez.
Lilly regressa à cidade para terminar o casamento com Dutch, o chefe da polícia local, e vender a sua cabana de montanha. Ao iniciar a viagem de regresso, debaixo de uma tempestade de neve, Lilly atropela um homem que surge repentinamente do bosque. Este homem é Ben Tierney, que ela conhecera no verão passado. Ambos são obrigados a voltar à cabana para se abrigarem da tempestade.
Fechados na cabana, incontactáveis, quase sem aquecimento e com poucos víveres, Lilly e Ben vão-se sentindo atraídos, ao mesmo tempo que Lilly suspeita que ele seja a verdadeira ameaça.
Será Ben o verdadeiro raptor ou o homem que a poderá salvar?

Muito sucintamente, este livro pode ser caracterizado em três palavras: impossível de largar. Foi o que eu senti logo desde o primeiro capítulo; só pensava no livro e em ter tempo para ler mais um bocadinho (reparem que até a capa exerce um efeito hipnótico sobre nós).

Logo nas primeiras quatro páginas, damos de caras com o presumível assassino, o que me deixou logo intrigada. Então a autora começa o livro a revelar o assassino?, pensei eu. Talvez ela quisesse que nos sentíssemos como Lilly, com imensas dúvidas acerca deste homem. E dei comigo a sentir medo nas situações de maior tensão, afinal de contas eles estavam fechados numa cabana, rodeados de neve, sem qualquer fuga possível.

Entretanto, envolvemo-nos igualmente com as outras personagens; sentimos o ciúme doentio, a mesquinhez e a curiosidade pelos segredos que as envolvem… e que nos deixam a desconfiar de todos. Mas nem assim consegui descobrir o que iria acontecer no final, que foi surpreendente.

Adorei a escrita desta autora, muito fluida e sem exagerar nas descrições. E com uma grande capacidade de criar mistério e imprevisibilidade. Agradou-me também a mistura de policial com romance e tensão sexual. Digamos que é um policial descontraído, com muito suspense.
Continuo claramente com vontade de ler os restantes livros dela, só para tirar as dúvidas, mas tenho a sensação de que vou continuar a ser surpreendida.

Classificação: 4/5 estrelas

"A Lenda de Despereaux" de Kate DiCamillo [Opinião]


Antes de mais quero dizer que fiquei maravilhada com este livro. Nunca tinha lido nada da autora e não sabia mesmo o que andava a perder.

Este é um livro infanto-juvenil mas que consegue de igual forma encantar adultos. Nele conhecemos a história de três personagens: Despereaux, um ratinho muito pequeno, com orelhas anormalmente grandes e que se apaixona por uma princesa chamada Ervilha; Roscuro, uma ratazana que anseia por sair da escuridão e viver num mundo cheio de luz; e Miggery, uma menina pouco inteligente com um desejo impossível.
As vidas destas personagens vão-se cruzar e culminar numa grande viagem pelas terríveis masmorras de um castelo cintilante. Uma aventura inesquecível.

Achei a escrita da autora simplesmente deliciosa e ternurenta; é uma narrativa onde não há nenhum pormenor deixado ao acaso e em quase todos os capítulos há aspetos que podem ser explorados com as crianças, seja a nível de valores, de sentimentos, de sonhos e desejos, das nossas ações e até mesmo de significados de palavras.
Por todas as sensações que este livro me proporcionou, só posso considerá-lo perfeito e atribuir-lhe, sem qualquer dúvida, a pontuação máxima. Adorei!

Classificação: 5/5 estrelas

"As Ligações Culinárias" de Andreas Staïkos [Opinião]



Ganhei este livro no passatempo Marés Vivas da Editorial Presença, no verão passado. Como é pequeno, decidi levá-lo comigo para ler uns bocadinhos na viagem de comboio, enquanto esperava pelo autocarro e uns minutos antes de adormecer. Em menos de uma semana terminei-o.

Nunca tinha lido nada deste autor grego e escolhi o livro pela sinopse, onde nos apresentam dois dos personagens, Dimítris e Dâmocles, vizinhos no mesmo prédio e ambos loucamente apaixonados pela mesma mulher, a irresistível Naná. Ambos vivem para lhe agradar, cozinhando-lhe deliciosos pratos, que ela tanto aprecia. Até que um dia decidem competir, confecionando o mesmo prato, de forma a obrigar Naná a finalmente escolher um deles.

O romance cativa-nos logo desde a primeira página, é simples de ler, embora com um vocabulário muito requintado, e diverte-nos também com as peripécias dos protagonistas, as suas conversas, os seus encontros e os seus pensamentos. Além disso, as fabulosas descrições dos pratos por eles confecionados deixam-nos com apetite e água na boca!

Um aspeto interessante deste livro é o facto de apresentar, no final de cada capítulo, as receitas dos pratos servidos nesse capítulo. Se as receitas não exigissem ingredientes tão esquisitos, acho que me sentiria tentada a ir para a cozinha experimentá-las.

Em suma, é um livro que nos proporciona momentos divertidos e deliciosos.

Classificação: 3/5 estrelas

sexta-feira, 15 de junho de 2012

"O Processo" de Franz Kafka [Opinião]


Tinha este livro em casa há imenso tempo mas só agora é que me decidi a lê-lo. Antes de o iniciar, li um pouco sobre o autor, Franz Kafka, e achei curioso que ele tenha pedido no seu testamento que a sua obra fosse destruída. Esta obra é uma entre três que ele deixou inacabadas e que posteriormente o tornaram famoso.

Creio que este livro pode ser analisado de muitas perspetivas e tem certamente inúmeras interpretações. Sinceramente, apesar de ter compreendido a essência da história, houve muitos pormenores que me passaram ao lado.

Josef K., o protagonista, é surpreendido, certo dia, com a instauração de um processo contra ele, não existindo qualquer fundamento para esta acusação. Incrédulo, no início, tenta ignorar e manter-se descansado, pois tem consciência de que está inocente. No entanto, à medida que vai conhecendo um pouco mais a justiça e as leis, começa a aperceber-se de que toda a gente com quem se encontra tem uma ligação à justiça. O tempo vai passando e K. acaba por entrar em desespero, não só por não ver o desenvolvimento do seu processo, mas também por ninguém lhe dar oportunidade de defesa.

Este livro não é fácil de se ler; apesar da linguagem ser acessível, algumas partes tornam-se demasiado maçadoras, dado que a história se dá unicamente em torno daquele processo infindável. As personagens são todas muito frias e duras, pelo que não é fácil gostar de alguma delas ou mesmo sentir empatia.
O livro aborda imenso os temas da justiça, corrupção e um pouco a religião, áreas que não me deixam à vontade para análises e interpretações mais complexas.
Em suma, não posso dizer que gostei, mas também não detestei. Recomendo a leitura a quem se interessar por justiça e leis.

Classificação: 2/5 estrelas

"Vida Amorosa de uma Mulher" de Zeruya Shalev [Opinião]


Este livro foi mais um que ganhei no passatempo Marés Vivas da Editorial Presença, no verão passado.
Foi o primeiro livro que li desta autora e escolhi-o pela sinopse, que prometia uma leitura bem interessante.

Este romance dá-nos a conhecer Yaará, uma jovem mulher que, a certa altura, se sente intensamente atraída por Arieh, um amigo de juventude do seu pai. Não sendo capaz de explicar o que a mantém cativa deste homem, Yaará começa a desenvolver um amor obsessivo, desesperado e demolidor que ameaça destruir-lhe a carreira académica, o casamento estável e até a vontade própria. Yaará vive momentos de extrema felicidade mas, no segundo seguinte, já se sente submersa nas dúvidas e nos ressentimentos que este amor mórbido lhe provoca. É neste clima que nós vamos descobrindo também mais pormenores acerca dos pais e da própria infância da personagem principal.

Gostei imenso desta leitura que muito facilmente nos conquista e nos prende às suas páginas, falando-nos de amor, de desejo, de dependência e de obsessão sexual. No entanto, nem sempre a narrativa é fácil de se ler e algumas partes provocaram-me um certo choque, não tanto como leitora, mas como mulher. Este romance permite-nos sentir as fragilidades desta mulher e as repercussões que a submissão a este amor doentio teve na sua vida.

Classificação: 3/5 estrelas

"Dez Mil Guitarras" de Catherine Clément [Opinião]


E se D. Sebastião, o rei português desaparecido durante a batalha de Alcácer-Quibir, tivesse sobrevivido e tido uma vida diferente, mesmo não tendo voltado para Portugal? Foi este desaparecimento que a autora quis explorar neste romance histórico.

Não conhecia a autora e foi com muita curiosidade que comecei a ler este livro, que me conquistou logo desde o prólogo. E porquê? O que é que eu achei de tão especial neste romance? O rinoceronte.
Conhecemos uma grande variedade de personagens históricas, começando por D. Sebastião e o seu desejo pela cruzada, os reis de Espanha, o imperador Rodolfo de Habsburgo e as guerras religiosas e ainda a rainha Cristina da Suécia.

O rinoceronte, inicialmente vivo, e depois apenas o seu corno, atravessa todo o romance e vai-nos narrando, não só a sua história, mas também tudo o que vê e ouve na presença de todos estes soberanos.

Um livro muito interessante e de leitura agradável, com episódios de ficção, mas claramente com uma base histórica muito bem fundamentada. É um bom livro para os amantes de romances históricos!

Classificação: 4/5 estrelas

quinta-feira, 14 de junho de 2012

"Um Refúgio para a Vida" de Nicholas Sparks [Opinião]


Fazendo agora uma breve apreciação do livro, posso dizer que este entrou directamente para o top dos meus preferidos do autor, ultrapassando fortemente o “Juntos ao Luar”.

Há quem diga que os romances do Nicholas Sparks são todos iguais, que basta ler um e os outros vão dar ao mesmo, mas eu não concordo. Se, por um lado, os inícios são todos semelhantes (apresenta as personagens, as suas vidas e os acontecimentos que as levam a conhecerem-se e a apaixonarem-se), por outro lado, o que difere é o desenrolar da narrativa e a história em si.

Este romance apresenta-nos uma mulher fragilizada, vítima de violência doméstica e que acaba por fugir ao marido. Com o tempo, tem de aprender a lidar com os seus medos para conseguir voltar a amar.
O que mais me surpreendeu no livro foi o agressor. A construção da personagem está de tal modo convincente que senti nojo, repulsa e raiva à medida que me embrenhava na leitura; arrepiei-me e várias vezes temi pela protagonista.
Em suma, a história está muito bem construída e prende-nos facilmente às páginas (nota-se pela maratona que eu fiz!).
Só fiquei confusa com uma parte, mesmo no final, pois acho que não faz muito sentido. Não vou dizer o que é pois isso seria estragar a leitura a quem ainda não leu.

Classificação: 5/5 estrelas

Para quem é fã, este é mais um livro que não devem perder!

"Desaparecido Para Sempre" de Harlan Coben [Opinião]


Já andava com saudades de ler um policial; acho que a última vez que li um foi no ano passado. Este livro ganhei-o no passatempo Marés Vivas da Editorial Presença. Li-o em apenas cinco dias e só peguei nele durante uns bocaditos. Tem 350 páginas mas como a letra até é grande, lê-se num instante. E tem também muitos diálogos, o que torna a leitura bastante fluida.
Gostei imenso; é um policial cheio de mistérios, mentiras, reviravoltas surpreendentes e muito suspense! Foi também o primeiro livro de Harlan Coben que li e vou certamente procurar outros dele!
Podem ler aqui a sinopse do livro.

Classificação: 4/5 estrelas

Gostam de policiais?

O início!

Bem-vindos!

Este é o meu novo blog, dedicado unicamente à minha grande paixão que são os livros. Será um espaço onde escreverei as minhas opiniões, partilharei gostos, desejos, aquisições, tudo na esfera da literatura.

O nome do blog Quando se abre um livro… deve-se ao facto de que tudo pode acontecer quando pegamos num livro e nos perdemos nas suas páginas. As emoções, as histórias, as personagens, os dramas, os sorrisos, são imensos. Um livro é um verdadeiro amigo que nos transporta para outras realidades, outros mundos, e nos proporciona aventuras inesquecíveis!

Espero que gostem de estar por aqui!

Nota: Em alguns posts, poderão encontrar escrito “edição do post original de…”; isto significa que esse post foi publicado inicialmente no meu blog pessoal, sendo essa a única razão para estar sinalizado.